terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Fim da Amazônia prejudicaria agricultura de EUA e China
 Se a Amazônia fosse desmatada por completo, os problemas climáticos que a ausência da floresta causaria para a agricultura seriam sentidos nos Estados Unidos ou até mesmo a China, afirma um novo estudo.
No trabalho, que integra as simulações digitais sobre o clima global realizadas na última década, a climatologista Deborah Lawrence, da Universidade da Virgínia (EUA), delineia pela primeira vez um 
Além de simular como seria a destruição da Amazônia, a cientista americana também considera o que aconteceria se as florestas da bacia do Congo e do Sudeste asiático fossem completamente desmatadas. Os resultados foram puplicados em artigo na revista "Nature Climate Change".
"Para todas as grandes florestas devastadas, impactos seriam sentidos muito longe", diz Lawrence. Esses efeitos, chamados pelos cientistas de "teleconexões", fariam o desmatamento da Indonésia, por exemplo, afetar a Turquia, ou desmatamento do Congo afetar a França.
"Muitos estudos diferentes dizem que o Meio-Oeste dos EUA, onde nós americanos produzimos nossa comida, pode sofrer, com a destruição da Amazônia", afirma.
Além de causar problemas como secas prolongadas ou tempestades, um planeta desmatado teria uma cota extra de aquecimento global, diz a cientista. Por causa do desequilíbrio no ciclo hidrológico global, o planeta ficaria 0,7°C mais quente em média –sem contar o aquecimento que seria causado por todo o CO2 emitido pelas áreas desmatadas. Isso equivaleria a todo o aquecimento verificado desde 1850.
"Evaporação nas florestas captura uma parte da radiação solar na forma de um calor latente, que é transportado acima até a troposfera, e então liberado a cerca de 5 km de altitude", explica Anastassia Makarieva, do Instituto de Física Nuclear de São Petersburgo (Rússia).
"Se a floresta é destruída, há menos evaporação, e parte maior da energia solar se converte em radiação emitida para a superfície da Terra."
Desmistificando a ideia de que a Amazônia seria o "pulmão do mundo", Lawrence afirma que ela está mais para "glândula sudorípara" do mundo, porque refresca o planeta por evaporação.

BOMBA BIÓTICA
Makarieva descreveu, ao lado do físico Victor Gorshkov, alguns dos fenômenos simulados nos novos modelos de computador. Notadamente, a dupla consolidou o conceito de "bomba biótica", o mecanismo pelo qual florestas puxam umidade do oceano para dentro dos continentes.
Alterações nesse fenômeno, diz Lawrence, acabam eventualmente perturbando também os padrões globais de circulação atmosférica, e daí começariam a aparecer as teleconexões climáticas.
Cientistas como Antonio Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, defendem que esse tipo de problema já está ocorrendo, e que a seca paulista está ligada ao desmate na Amazônia.
Modelos climáticos, porém, indicam que isso só começaria a surgir a partir de 40% de desmatamento da floresta (hoje está em cerca de 20%). "Acho que é possível, mas não apostaria minha vida nisso", diz Lawrence.




Altamira e Porto Velho são campeãs de desmatamento
Orla do rio Xingu na cidade de Altamira, campeã de desmatamento (©Zé Gabriel/Greenpeace)


Foi divulgado no último dia 26 que o desmatamento na Amazônia caiu 18% em relação ao período anterior, de acordo com o PRODES, projeto de monitoramento da Floresta Amazônica via Satélite. Essa até poderia ser uma notícia boa, não fosse a dimensão gigante dos números que ainda são registrados. Entre agosto de 2013 e julho de 2014 foram desmatados 4.848 km2, o equivalente a mais de 690 mil campos de futebol.

Mato Grosso, Pará e Rondônia, respectivamente, são os estados que mais concentram áreas de desmatamento nesse período. Fazem parte do famoso “arco do desmatamento, região onde a pressão da expansão agropecuária sobre a floresta Amazônica é mais intensa. O Pará tem seis municípios entre os dez primeiros no perverso
 ranking do desmatamento, incluindo o primeiro lugar, que pertence a Altamira.

Quase 30 mil hectares de floresta foram derrubados entre agosto de 2013 e julho de 2014 em Altamira. Além de ser o maior município do Brasil, também é o centro urbano mais impactado pela obra da usina hidrelétrica de Belo Monte, iniciada em 2011. Com mais de 20 mil hectares desmatados, Porto Velho é a segunda cidade do ranking do PRODES. Assim como o primeiro colocado, a capital de Rondônia também é atingida pela construção de duas usinas hidrelétricas: Jirau e Santo Antônio, iniciadas respectivamente em 2010 e 2008 e  já em operação parcial.
 

Os números indicam que a tendência de aumento do desmatamento estão entre os principais impactos da construção de grandes hidrelétricas na Amazônia. Não apenas por causa da derrubada da floresta propriamente dita para a realização das obras, mas também pelas transformações sociais que ocorrem nas regiões, sobretudo a explosão populacional. Além das consequências ambientais indiretas, o aumento repentino da população também atinge as cidades e seus serviços públicos, como moradia, saúde e educação.
 

O canteiro de obras Belo Monte, por exemplo, recebeu 28 mil operários em quatro anos. Para efeito de comparação, a cidade de Altamira contava com 99 mil habitantes, segundo o Censo de 2010. Atualmente, estima-se que a população da cidade chegue a 120 mil pessoas. Já Porto Velho, em decorrência principalmente da construção de Jirau e Santo Antônio,  viu sua população saltar de 428 mil em 2010 para 494 mil, de acordo com o IBGE.
Muitas dessas migrações são movidas pela expectativa de crescimento da economia local, que dificilmente se realiza de forma sustentável e tem como efeitos colaterais a especulação de terras, a grilagem e os conflitos fundiários – todos fiéis parceiros do desmatamento. Nessas áreas, nem mesmo as Unidades de Conservação são poupadas. Os dados do PRODES mostram áreas de desmatamento ao redor da UCs, que contam com pouco apoio de fiscalização do Estado.
O crescimento do desmatamento em regiões da Amazônia que recebem grandes obras de hidrelétricas e estradas sinaliza que os planos de mitigação dos seus impactos das não estão surtindo efeito, ou não estão sendo cumpridos como deveriam. Um exemplo de plano que não parece estar sendo efetivo é o “BR-163 sustentável”, lançado em 2006, que atenuaria as consequências negativas do asfaltamento da rodovia que liga os estados do Pará e Mato Grosso. Boa parte do desmatamento nos municípios paraenses de Altamira e de Novo Progresso acontece ao longo da rodovia, marcada pela extração ilegal de madeira e por conflitos fundiários. Além disso, unidades de conservação na região estão entre as mais impactadas, como as Florestas Nacionais Altamira e do Jamanxim e a Área de Proteção Ambiental do Tapajós. Juntas, as três áreas somaram mais de 10 mil hectares de desmatamento no período.
Se por um lado as grandes hidrelétricas da Amazônia aparecem como vetores para o aumento do desmatamento, por outro lado as Terras Indígenas se firmam como fortes aliadas da preservação. Apenas 1,5% do desmatamento total do último ano, equivalente a 69 km2, ocorreu em Terras Indígenas. Mais uma demonstração de que demarcá-las e garantir sua integridade é uma estratégia fundamental para a proteção da floresta.
 greenpeace.org.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

119º aniversário de Anna Freud, filha de Sigmund Freud, é celebrado em Doodle do Google (Foto: Reprodução/Google)

Anna Freud, pioneira da psicologia infantil e filha de Sigmund Freud o "pai da psicanálise", recebeu uma homenagem em um colorido Doodle do Google nesta quarta-feira (3). Nascida em 3 de dezembro de 1895 em Viena, na Áustria, a sexta filha de Sigmund e Martha completaria seu aniversário de 119 anos. Anna focou seus estudos principalmente no tratamento de crianças, dando início à psicanálise infantil. Seu primeiro caso de análise foi W. Ernest Freud, um sobrinho que tratou em duas ocasiões. O doodle colorido faz referência à sua relação com o mundo infantil e lúdico na terapia voltada para as crianças.
Anna era a filha mais nova de Freud e é a única de seus seis filhos a seguir estudando a psicanálise.
Anna teve grandes divergências com Melanie Klein, psicanalista dissidente do freudismo ortodoxo e iniciou os estudos sobre a obra de seu pai ainda bem jovem, aos 13 anos de idade, quando começou a participar de discussões semanais sobre as ideias e teorias psicanalíticas e análise de casos.
Após um início de carreira como professora, ela deixou a profissão devido a problemas de saúde e passou a acompanhar mais de perto os passos de seu pai nos anos após a primeira guerra mundial. 
Anna Freud tornou-se membro da Sociedade Psicanalítica de Viena em 1922 e tornou-se diretora do Instituto de Formação Psicanalítica de Viena em 1935, seguindo os passos do pai.
Após a família Freud fugir da Áustria em razão do aumento da perseguição dos judeus pelos nazistas, Anna continuou com o seu trabalho em Londres, além de cuidar do pai, então gravemente doente devido a um câncer. Sigmund Freud morreu aos 83 anos. Já sua filha, viveu um pouco mais e faleceu aos 86 anos, em Londres. Ler mais em: http://www.techtudo.com.br/