Tribunal Federal cassa liminar e mantém
novo ministro da Justiça no cargo
Michèlle Canes –
repórter da Agência Brasil
Uma decisão do presidente do Tribunal Regional
Federal da1ª Região (TRF1), desembargador Cândido Ribeiro, permitiu hoje
(7) que o novo ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva, assuma
o cargo em substituição ao ex-ministro José Eduardo Cardoso, atual chefe da
Advocacia-Geral da União (AGU), até que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida
sobre a questão.
O desembargador atendeu pedido da AGU para
suspender a liminar concedida ao DEM, na última sexta-feira (4), pela juíza
Solange Salgado de Vasconcelos, da 1ª Vara Federal em Brasília. Ela entendeu
que o ministro, por ser membro do Ministério Público da Bahia, não pode exercer
o cargo.
Hoje, a AGU recorreu, argumentando que um
artigo da Constituição abre a possibilidade de membros do MP desempenharem
outroscargos
públicos.
Na decisão, o desembargador ressalta que o Supremo
Tribunal Federal (STF) vai decidir, na quarta-feira (9), a pedido do PPS, sobre
a legalidade de membro do Ministério Público, como é o caso de Wellington César
na Bahia, exercer o cargo de Ministro de Estado da Justiça. A ação no STF é
relatada pelo ministro Gilmar Mendes.
“Enquanto isso não ocorrer, entendo que a execução
da liminar, tem o condão de acarretar grave lesão à ordem pública, a autorizar
a concessão da suspensão requerida”, diz o desembargador no texto. A decisão
tomada hoje pelo desembargador é válida até que o STF decida sobre o tema.
Na decisão de hoje o desembargador disse que a
decisão da juíza “envolve interferência em ato do governo, com subjacente
impacto nas condições de governabilidade da chefe do Poder Executivo”.
E completou: “Além do mais, a liminar questionada,
como afirma a requerente ‘deixa sem comando, do dia para a noite, um ministério
que tem como responsabilidade direta a segurança pública, as garantias
constitucionais, a administração penitenciária, entre outros assuntos de
extrema relevância’”, diz.
Edição: Jorge Wamburg
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