terça-feira, 14 de outubro de 2014

Entre o rancor e a convicção, Marina opta pelo 'caminho mais fácil'

 

Matheus Pichonelli:

 



Como esperado, Marina Silva, candidata derrotada do PSB à Presidência, decidiu formalizar o seu apoio ao tucano Aécio Neves. O alinhamento acontece quatro meses após dizer que não subiria de jeito nenhum no palanque do PSDB. O partido, diria ela pouco depois, tinha cheiro de derrota no segundo turno.
As reviravoltas dessa eleição já deram sinais de que esta não é uma eleição qualquer. Marina foi alvejada pelo estafe da presidenta Dilma Rousseff ao longo da campanha. Saiu da eleição magoada com a ex-colega de ministério e com o ex-padrinho, o ex-presidente Lula. Seu prêmio de consolação é ajudar a derrotar o grupo no poder, do qual fez parte entre 2002 e 2008. Pois o inimigo, agora, é outro.
Antes de formalizar o apoio, ela tentou obter do candidato tucano uma carta de compromissos, todos genéricos, com a exceção de um: a retirada do projeto de redução da maioridade penal. Conseguiu os genéricos, mas não o específico. Nada que a impedisse de engolir o que declarava até pouco tempo atrás. Entre outros pontos, que era preciso “parar com essa história de querer diluir as diferenças” entre Aécio e Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo no meio da campanha. ”Quando alguém fica muito ansioso pra dizer que é igual, é porque sabe que é diferente”, dizia, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Segundo ela, Campos protagonizava “uma agenda progressista de respeito aos direitos sociais, de não ir pelo caminho mais fácil de reduzir a maioridade penal e as conquistas sociais”.
Essas diferenças, pelo jeito, já não fazem a menor diferença. É certo que, usar sua propaganda eleitoral para desconstruir sua ex-aliada, o PT sabia que ruía ali qualquer possibilidade de diálogo neste segundo turno.

O erro estratégico é mais um para a conta de uma campanha entre agressiva e desastrosa protagonizada pelo marqueteiro João Santana. Mas Marina, ao se aliar com o candidato do “caminho mais fácil”, segundo suas próprias palavras, mostra que a política, como tudo na vida, é movida pelos rancores, e não pelas convicções. Por isso é tão fácil mudar de lado. Terceira via? Esta é só pra quem não sabe de nada, inocente. https://br.noticias.yahoo.com/blogs/matheus-pichonelli/



 

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