Internacional
Egito: Morsi
condenado à morte por ter fugido da cadeia na revolução de 2011
O
ex-presidente Mohamed Morsi e uma centena de dirigentes da Irmandade Muçulmana
foram condenados à morte por terem fugido da prisão durante a revolução de
2011, que derrubou o ditador Hosni Mubarak. Um dirigente da Irmandade declarou
que a sentença “representa um assassínio prestes a ser cometido”.
O regime egípcio de Abdel Fatah al-Sissi
continua a perseguir ferozmente os membros da Irmandade Muçulmana e todos os
oposicionistas ao atual regime e à ditadura de Mubarak.
Neste
sábado, um tribunal condenou o ex-presidente Morsi à morte, juntamente com mais
105 pessoas da Irmandade Muçulmana, por terem fugido da prisão de Wadi Natrun,
com suposta ajuda dos movimentos Hamas e Hezbollah.
A
condenação é provisória e está sujeita a um parecer não vinculativo do 'mufti'
(máxima autoridade religiosa que interpreta a lei islâmica) e poderá vir a ser
confirmada ou revogada na sentença definitiva em 2 de junho.
Para
além do ex-presidente egípcio também foram condenados à morte outros dirigente
da Irmandade Muçulmana, nomeadamente o seu líder Mohamed Badie, julgado à
revelia.
Morsi
já tinha sido condenado a 20 anos de prisão em abril passado, por supostamente
estar envolvido na morte de manifestantes por apoiantes da Irmandade Muçulmana,
em 2012. A Amnistia Internacional (AI) considerou então que o
julgamento foi uma farsa e documentou a existência de várias irregularidades
durante o julgamento.
A
vice-diretora da AI para a região do Médio Oriente e Norte de África, Hassiba
Hadj Sahraoui, afirmou nessa altura: “Esta sentença destrói por completo
qualquer ilusão que ainda perdurasse de independência e imparcialidade no
sistema de justiça penal do Egito”
Note-se
que o atual regime egípcio do presidente Abdel Fatah al-Sissi derrubou o
presidente Morsi através de um golpe militar em Julho de 2013. Desde a chegada
ao poder de al-Sissi, a Irmandade Muçulmana tem sido duramente perseguida,
assim como toda a oposição ao regime de Mubarak.
Ao
contrário, o ditador Hosni Mubarak, que fora acusado de corrupção e da morte de
cerca de 850 manifestantes durante a revolta de 2011, foi absolvido destas duas
acusações em novembro de 2014 e na semana passada, em relação a um terceiro
processo, foi condenado a três anos de prisão, o que poderá permitir-lhe sair
rapidamente da cadeia.
Amr
Darrag, um dirigente da Irmandade Muçulmana que está exilado na Turquia,
considerou que este sábado é um “dia triste e terrível na história do Egito” e
declarou: “Esta é uma sentença política e representa um assassínio prestes a
ser cometido, o que devia ser impedido pela comunidade internacional”. Ler mais http://www.esquerda.net/artigo/egito-morsi-condenado-morte-por-ter-fugido-da-cadeia-na-revolucao-de-2011/37011
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