Tráfico
De Animais Selvagens É O Quarto Negócio Ilegal Mais Lucrativo Do Mundo
O tráfico de vida selvagem ameaça a biodiversidade do planeta e coloca em perigo de extinção espécies como os elefantes, os rinocerontes e os tigres. Foto: Divulgação Santuário de Elefantes Brasil |
Estima-se que entre 20 mil e 30 mil elefantes são abatidos
por ano ilegalmente. Desde 2007, o comércio ilegal de marfim mais do que
duplicou. O tráfico de vida selvagem ameaça a biodiversidade do planeta e
coloca em perigo de extinção espécies como os elefantes, os rinocerontes e os
tigres.
O
tráfico de espécies selvagens é, de acordo com a Comissão Europeia, o quarto
negócio ilegal mais lucrativo do mundo, atrás apenas do tráfico de drogas, de
seres humanos e do comércio de armas. Estima-se que o lucro anual da atividade
gire em torno de 8 bilhões a 20 bilhões de euros.
O
Parlamento Europeu debate hoje (23), e votar nesta quinta (24), um relatório
que aborda a forma como a UE e os Estados-membros devem intensificar os
esforços para combater o tráfico de espécies selvagens. O documento foi
elaborado pela eurodeputada britânica Catherine Bearder, que defende a
aplicação rigorosa das regras existentes de combate ao tráfico e o reforço na
cooperação entre países de origem, consumidores e de trânsito.
“As
causas são, sobretudo, a procura do mercado e a falta de conhecimento do
comprador. É mais fácil traficar marfim e chifre de rinoceronte do que drogas.
O marfim é mais valioso do que a platina. [Os criminosos] enviam o marfim para
a China e regressam da China com drogas ou armas. É por isso que é necessário
que a UE trabalhe em conjunto. Precisamos que a Europol (Serviço Europeu de
Polícia) lide com esse tipo de crime como um crime organizado”, afirma
Catherine.
Nos
últimos anos, o tráfico de vida selvagem alcançou níveis sem precedentes e a
procura global por fauna e flora selvagens e produtos derivados não para de
aumentar, segundo informações do Parlamento Europeu. Além disso, o baixo risco
de detenção e as elevadas contrapartidas financeiras atraem cada vez mais os
criminosos organizados, que utilizam os lucros para financiar milícias e grupos
terroristas. Os produtos traficados são vendidos por meio de canais legais e os
consumidores, muitas vezes, não estão conscientes de sua origem ilegal.
Em
fevereiro deste ano, a Comissão Europeia adotou um plano de ação para combater
o tráfico de animais selvagens. A região é origem, trânsito e destino do
tráfico de espécies ameaçadas de extinção e de espécimes vivos e mortos da
fauna e da flora selvagens. A UE destinou 700 milhões de euros para a aplicação
do plano, entre 2014 a 2020.
As
prioridades do plano de ação são a prevenção do tráfico, a redução da oferta e
da procura de produtos ilegais da fauna e da flora selvagens, a aplicação das
regras vigentes e o combate à criminalidade organizada por meio da cooperação
entre os serviços de polícia competentes, designadamente a Europol. Também é
prioridade a cooperação entre os países de origem, de destino e de trânsito,
incluindo apoio financeiro da UE para proporcionar fontes de rendimento a longo
prazo às comunidades rurais que vivem em zonas de extensa fauna selvagem.
Espécies selvagens
Não
são apenas os animais que sofrem com o tráfico de vida selvagem. Esse crime põe
em risco também a sobrevivência de muitas espécies vegetais, como árvores de
madeiras tropicais, corais e orquídeas. O tráfico ainda gera corrupção, faz
vítimas humanas e priva as comunidades mais pobres de receitas que lhes são
necessárias.
Dados
do Parlamento Europeu mostram que enquanto em 2007, na África do Sul, foram
mortos ilegalmente 13 rinocerontes, em 2015 o número subiu para 1.175 animais
abatidos. A maioria dos 20 mil rinocerontes ainda existentes no mundo está
naquele país. Os chifres do animal são usados na medicina asiática para
tratamentos diversos, inclusive de câncer. Também são usados em joalheria e decoração.
Há
um século, a estimativa é que a população de tigres no mundo chegava a 100 mil.
Hoje, se resume a 3.500 animais. Os dentes, os ossos e a pele são utilizados na
confecção de artigos de decoração, enquanto os ossos são usados pela medicina
tradicional asiática.
Os
pangolins, que também correm risco de extinção, são os mamíferos mais
traficados do mundo. Esses animais são consumidos como alimento e suas escamas
são usadas para fins medicinais. Estima-se que, entre 2007 e 2013, mais de 107
mil espécimes foram confiscados como contrabando.
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