sexta-feira, 23 de maio de 2014

Pará recebe reconhecimento internacional de livre de febre aftosa com vacinação
  Delegação brasileira reúne representantes do setor produtivo e do agronegócio do Pará e do nordeste brasileiro e participa da 82° Seção Geral da Assembléia Mundial de Delegados, promovida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que acontecerá no período de 25 a 30 de maio em Paris, na França. As regiões do Marajó, oeste do Pará e nordeste paraense recebem, no dia 28 de maio, a certificação internacional de área totalmente livre de febre aftosa com vacinação, juntamente com outros sete estados do nordeste, Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. Na ocasião, também será celebrado os 90 anos da organização, da qual o Brasil é membro fundador.
 O evento, que reúne representantes de 178 países signatários, apresenta uma programação que discutirá assuntos de interesse mundial, a exemplo da adoção de resoluções acerca das principais doenças animais, principalmente as de maior impacto para o ser humano e para a economia mundial; as normas internacionais para o comércio de animais e seus produtos e a qualidade dos serviços veterinários. A pauta inclui ainda o debate em torno de temas técnicos sobre a situação sanitária mundial.
 À assembléia geral da OIE, estarão presentes o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller; o governador do Estado do Pará, Simão Jatene; o diretor do Departamento de Saúde Animal (DAS/Mapa) e presidente da Comissão Regional da OIE, Guilherme Marques; o secretário de Estado de Agricultura, Andrei Gustavo Castro; o diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária (Adepará), Sálvio Freire; o ex diretor da Adepará e pecuarista, Mário Moreira; diretor técnico da Adepará, Ivaldo Santana;  veterinário da Adepará, Gláucio Galindo e entre outros, os representantes do setor produtivo privado, a exemplo do presidente da União Nacional da Indústria da Carne (Uniec), Francisco Victer e o presidente da Associação Brasileira dos exportadores de Carne, Gil Reis.
 Em entrevista concedida à assessoria de comunicação do Mapa, a diretora substituta do Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério da Agricultura, Denise Euclydes, considerou o momento importante, pois o Brasil terá uma nova zona reconhecida como livre de febre aftosa com vacinação, o que significa um avanço ao país, pois abrirá novas perspectivas para o comércio interno e externo de produtos pecuários.
 A bovinocultura é um dos principais destaques do agronegócio brasileiro no cenário mundial. O Brasil é dono, segundo o Ministério da Agricultura, do segundo maior rebanho efetivo do mundo, com cerca de 200 milhões de cabeças, e desde 2004 assumiu a liderança das exportações com um quinto da carne comercializada internacionalmente e vendas em mais de 180 países.
 O reconhecimento internacional abre mercado à economia paraense, pois a carne é o segundo produto na composição do Produto Interno Bruto (PIB) e a maioria dos nossos municípios paraenses tem a pecuária como sua principal atividade e a partir da certificação os animais poderão ser comercializados dentro e fora do estado.
 Segundo o pecuarista Mário Moreira, o reconhecimento internacional significa um avanço para a pecuária paraense, uma vez que o Pará possui o 5º maior rebanho do país e ocupa a  4ª posição em produção e exportação de carne. “Depois de muita luta, muito esforço, é gratificante ter a certeza de que teremos um futuro ainda mais promissor para o agronegócio e para a economia paraense”, declarou Moreira.
 O Pará, mesmo com características peculiares ao Estado, que incluem o tamanho, a geografia e o fato de, por um longo período, possuir regiões com diferentes status sanitários, conseguiu cumprir etapas e garantir êxito em torno do objetivo de alcançar  a unidade de uma área totalmente livre de febre aftosa com vacinação. Tal êxito foi reconhecido pelo Ministério da Agricultura, em agosto de 2013, ocasião que o estado conseguiu a certificação nacional de livre de febre aftosa com vacinação.
 “Agora vamos voltar para o estado do Pará com um certificado assinado pelo presidente da OIE, Vicent Vallat, que declara o estado 100% livre de febre aftosa com vacinação”, disse o pecuarista  Mário Moreira. Ele confirmou ainda, que o reconhecimento internacional trará muitos benefícios para o setor. Além da abertura do mercado exportador da carne, o trânsito do boi em pé também terá redução de restrições, a exemplo do término do período quarentenário por ocasião do transporte do gado de uma região sanitária para outra até a chegada nos portos do Pará. Outro item que será beneficiado é o trânsito do gado paraense para outros estados brasileiros que já possuem a certificação de livre de febre aftosa, a exemplo de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Tocantins.
  Retrospectiva - O pecuarista Mário Moreira, que esteve à frente da Adepará no período de 2011 a fevereiro de 2014, ressaltou a importância em mudar a condição sanitária, pois somente dessa forma as regiões do Marajó, oeste do Pará e nordeste paraense, que antes possuíam o status sanitário de médio risco, poderiam ganhar mercado internacional.  Moreira explicou que a maioria dos municípios paraenses possui como principal atividade econômica a pecuária, porém, os obstáculos para a comercialização a carne eram muitos, mediante a condição sanitária do Pará. Segundo ele, foi preciso cumprir todos os pré requisitos para tornar o estado 100% livre de febre aftosa, que precisou passar antes pelo reconhecimento nacional oficializado pelo Ministério de Agricultura, fato que aconteceu em agosto de 2013.
 “Nossa maior luta mesmo, foi na esfera internacional. Para conseguir o reconhecimento da OIE foi preciso muita dedicação, trabalho e  investimentos em torno da modernização da Adepara e eficientização dos serviços veterinários. Tivemos que provar através da sorologia a inexistência de circulação do vírus da aftosa em território paraense e alcançar altos índices de vacinação; avançar com parcerias e relacionamento com os entes do setor produtivo e sobretudo valorizar de fato e de direito os servidores da defesa agropecuária”, explicou Mário Moreira. -  Christina Hayne - Ascom/ Adepará 

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