PAULO ROCHA RELATA PENDÊNCIAS NAS OBRAS DE BELO MONTE
A subcomissão temporária criada pela Comissão de Meio Ambiente (CMA)
para acompanhar as obras da usina de Belo Monte fará na próxima quarta-feira
(27), as 14h30, reunião de trabalho com o objetivo de buscar soluções para as
pendências relativas à execução do projeto.
A audiência pública deve contar com a participação do Ministério Público
Federal e Estadual, as prefeituras dos municípios impactados pela hidrelétrica,
além de trabalhadores, ONGs e empresários
envolvidos na obra. O objetivo é
coletar informações sobre quais condicionantes já estão prontas, quais estão em
andamento e quais ainda não foram iniciadas.
Foram convidados para o encontro o coordenador-geral da Casa de Governo
em Altamira (PA), Avelino Ganzer; o presidente da Norte Energia, Duílio Diniz
de Figueiredo; e o prefeito de Altamira, Domingos Juvenil.
Também participa da reunião a secretária adjunta de Desenvolvimento
Econômico, Mineração e Energia, Maria Amélia Enríquez; a procuradora da
República Thais Santi Cardoso da Silva, que é baseada em Altamira; e a
presidente do Ibama, Marilene Ramos.
Belo Monte e os novos desafios
Em fevereiro de 2010, último ano do governo Lula, a licença de Belo
Monte foi aprovada pelo Ibama. O leilão ocorreu em abril do mesmo ano, e a
Norte Energia, empresa que tem a estatal Eletrobrás como maior acionista, com
49,98% de participação. Dois fundos de pensão de funcionários de empresas
estatais, somam 20%, é a responsável pela Usina de Belo Monte. Dos quase R$ 29
bilhões já investidos no empreendimento, o BNDES entrou com R$ 22,5 bilhões,
sendo que os acionistas já integralizaram R$ 6 bilhões.
Segundo o planejamento da obra, que prevê o ligamento da 24ª e última
turbina em janeiro de 2019. Os investimentos da usina criaram um ambiente de
pleno emprego em Altamira e arredores. O valor médio da hora de trabalho sofreu
uma elevação de 50% ao longo dos anos e o aumento do consumo chegou a 25%,
conforme a Associação Comercial de Altamira.
Os programas socioambientais da Norte Energia, são exigências das
condicionantes ambientais para que o investimento atenda às necessidades reais
da população. Foram erguidos quatro hospitais novos na região, inclusive o
Hospital Geral de Altamira, o maior da cidade, com 100 leitos. As redes de
esgoto da cidade — 220 quilômetros — e de água potável, de 170, envolveram
investimentos da ordem de R$ 485 milhões. As obras em educação envolveram a
construção de 270 novas salas de aula e reforma de outras 378. Na área de
segurança pública, os investimentos chegam a R$ 105 milhões.
São mais 104 mil habitantes apenas em Altamira — que envolvem questões
práticas e não dizem respeito ao meio ambiente. Iniciativas que pareciam
condenáveis, há 40 anos, hoje estão integradas à vida cotidiana. "Diante
de Belo Monte, o povo se pergunta por que foi possível construir uma usina
desse tamanho, uma obra importante, cara, difícil, mas não deu para terminar
1000 quilômetros de asfalto na Transamazônica, que seria muito útil para tanta
gente que ganha a vida por aqui," observa o senador Paulo Rocha (PT-PA),
relator da Subcomissão.
Uma crítica antiga dos adversários de Belo Monte envolve a partilha da
energia que será gerada: 10% de seus Megawatts estão reservados para os estados
da região amazônica. O próprio Pará ficará com 3,2%. É uma visão que impressiona,
mas deve ser ponderada. Esta diferença reflete, essencialmente, a imensa
desigualdade no desenvolvimento dos estados brasileiros. Vive-se num mundo que
— mais uma vez — não admite exceção à regra segundo a qual quanto mais
desenvolvida é uma região, maior é sua necessidade de energia — venha de onde
vier. A pergunta consiste em saber como estados produtores de energia podem
usar este recurso para financiar o próprio progresso. A receita obtida pelos
royalties é considerada irrisória pelos economistas, empresários e políticos
locais. "A grande questão é modificar a estrutura do ICMS, para que um
estado produtor de energia também possa ficar com sua parte nesse
imposto," afirma Paulo Rocha. O debate sobre ICMS costuma provocar bocejos
em Brasília, tão antigo que é, mas o Pará ingressa num clube que tem um sócio
poderoso, o Paraná, abrigo de Itaipu, a maior usina hidrelétrica brasileira,
que se encontra na mesma situação.
A usina de Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás
apenas da usina Três Gargantas, na China, e de Itaipu, na fronteira do Brasil
com o Paraguai. Organizações sociais criticam o empreendimento, seus impactos
ambientais e suas possíveis consequências para comunidades indígenas. Os
defensores apontam o potencial econômico, social e energético que a usina pode
representar para o Pará e para o Brasil.
Assessoria de Comunicação - Senador Paulo Rocha
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