Campanha contra hidrelétricas unifica povos dos
rios Xingu, Tapajós e Teles Pires e precisa do seu apoio. Colabore!
Os
índígenas afetados por hidrelétricas no Xingu, Tapajós e Teles Pires continuam
articulando a luta pelo direito de serem consultados. E precisam do apoio de
todos
O principal canteiro de obras da UHE
Belo Monte, em Vitória do Xingu (PA), permaneceu, no início deste mês, oito
dias com os trabalhos paralisados por força de um dos mais expressivos
protestos contra a usina, orçada em R$ 16 bilhões, mas que dois anos depois já
superou o custo de R$ 30 bilhões.
No último dia 9, os indígenas se
retiraram do local, mas não abandonaram as pautas que os levaram à ocupação, e
parte do grupo Munduruku que participou dos protestos permanece em Altamira
(PA). Nesta quinta-feira, 16, menos de dez dias depois da saída do canteiro, os
indígenas lançaram uma campanha de apoio às suas lutas e contra as
hidrelétricas na Amazônia.
Povos dos rios Xingu, Teles Pires e
Tapajós exigem a consulta sobre os empreendimentos hidrelétricos projetados
pelo governo federal que afetam seus territórios. A consulta é uma exigência da
Convenção 169 da OIT e da Constituição Federal, e não ocorreu em nenhum dos
projetos – Belo Monte, Complexo do Tapajós e Teles Pires. Ainda assim, o
Palácio do Planalto segue impondo as obras.
Por não ter ocorrido a consulta, os
indígenas reivindicam a suspensão dos trabalhos das usinas, seja nos canteiros
ou da fase de estudos de impactos. São 14 barragens planejadas no corpo dos
três rios, alagando ou alijando das águas áreas de ocupação tradicional,
demarcadas, reivindicadas ou em fase de estudos pela Funai.
Os impactos são distintos: algumas
comunidades perderão o usufruto tradicional do rio, como no caso de duas
comunidades da Volta Grande do Xingu – que terá sua vazão drasticamente
reduzida em 100 km -, e em outros casos ficarão debaixo d’água, caso dos
Munduruku – no rio Teles Pires, o sítio arqueológico e local sagrado aos
indígenas, Sete Quedas, será alagado; aldeias, cemitérios, áreas de caça e
convívio socioambiental também irão para debaixo das águas das barragens.
“Insistimos que nossa pauta é contra as
hidrelétricas. Não fomos consultados e, ao contrário, quando o governo esteve
em nossas comunidades, assassinou um indígena. Queremos unificar os povos do
Xingu, Tapajós e Teles Pires, além de envolver toda a sociedade nessa luta”,
declarou Valdenir Munduruku.
Diante da negativa do governo em
respeitar a Constituição, a Convenção 169 da OIT, a legislação ambiental sobre
Unidades de Conservação e os direitos indígenas, as mobilizações pelos direitos
das populações afetadas pelas hidrelétricas estão crescendo.
Agora, mais do que nunca, e fundamental
que todos que se solidarizam com esta causa, no Brasil e no exterior, adotem
uma POSTURA PROATIVA e contribuam POLÍTICA E FINANCEIRAMENTE com esta luta. E
ajudem a divulgar esta Campanha pelas consultas Indígenas na Amazônia.
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