São Paulo pode virar sertão!
Sabesp
pode adotar rodízio de cinco dias sem água por semana
Publicado em janeiro 28, 2015 por Redação
Sistema Cantareira pode secar em quatro meses, caso as chuvas continuem abaixo da média. Foto: Divulgação/Sabesp |
O diretor metropolitano da Companhia Estadual de Saneamento
Básico de São Paulo (Sabesp), Paulo
Massato Yoshimoto, alertou ontem (27) que a empresa poderá adotar o
sistema de rodízio de cinco dias por semana sem água, caso não aumente o volume
de chuvas no Sistema Cantareira.
A decisão será tomada somente em situação extrema. “Se as chuvas
insistirem em não cair teremos de fazer um rodízio muito pesado para ter uma
economia necessária e não deixar que o nível continue caindo como está”, disse
durante visita a Suzano, ao lado do governador do Estado de São Paulo, Geraldo
Alckmin.
Massato afirmou que a engenharia da Sabesp está atenta: havia um
planejamento feito em dezembro de 2013 para aguardar as chuvas do verão. Estas
não aconteceram. Mesmo assim, o uso planejado evitou que a água acabasse no ano
passado. “Nós nos preparamos para passar o outono e o inverno. Esperávamos que
a partir de outubro, na primavera, ocorressem as precipitações mínimas
históricas. Só que o ano hidrológico 2014-2015 está sendo mais crítico do que o
anterior”.
Sobre a disponibilização de uma lista com horários e locais que
apresentem diminuição da pressão na rede de abastecimento no site da empresa a
partir da semana passada, Massato explicou que a manobra, que provoca falta de
água em diferentes regiões da cidade – feita somente de madrugada -, passou a
ser informada durante o dia. “Passamos a informar desde o momento em que a
medida passou a ser adotada também à tarde. Está atingindo toda a região
metropolitana de São Paulo. Se os órgãos reguladores chegarem à conclusão de
que temos que retirar menos água do que estamos retirando teremos que adotar o
rodízio”.
O governo do Estado entregou hoje a ampliação da transferência
de água do córrego Guaratuba para o Sistema Alto Tietê. A obra foi executada em
pouco mais de dois meses pela Sabesp e vai permitir o aumento do volume de água
armazenado nesse sistema. O Alto Tietê abastece parte da zona leste e os
municípios de Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Poá e Suzano, além
de parte de Mauá, Mogi das Cruzes e Santo André. O córrego nasce na Serra do
Mar e deságua em Bertioga, no litoral paulista. Atualmente são transferidos
para a região metropolitana 500 litros por segundo e – com a obra – esse volume
dobrará. A obra começou em 5 de novembro e foram investidos R$ 8 milhões.
“O Sistema Alto Tietê é central para nós porque precisa ter
água, capacidade de tratar e de distribuir. Aqui, no Alto Tietê, [o volume
equivalia a] 5 metros cúbicos por segundo, aumentamos para 15 metros cúbicos e
estamos produzindo 10 metros por falta de água. Aí vem o grande trabalho que a
Sabesp está fazendo que é trazer água do Sistema Billings para o Alto Tietê.
Trouxemos 5 metros [cúbicos de fluxo] e agiremos nos dois sistemas mais
preocupantes afetados pela seca: o Alto Tietê e o Cantareira”, ressaltou o
governador Geraldo Alckmin.
Segundo ele, parte da Billings é enviada para o Guarapiranga e o
Alto Tietê, onde é tratada e distribuída. “Estamos estudando trazer o Rio
Grande ou o Rio Pequeno para cá [para aumentar a] capacidade de tratar e
distribuir. Parecia mais viável o Rio Grande, hoje estamos avaliando também o
Rio Pequeno”. Ele não deu prazos para que as medidas entrem em prática.
Por
Flávia Albuquerque, da Agência Brasil.
Publicado
no Portal EcoDebate, 28/01/2015
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