POR REDAÇÃO
Primeira
edição brasileira do Atlas da Carne será lançada em 29/9, em SP. Obra traz
fatos, números e gráficos sobre consequências do abate e consumo de animais.
Também sugerem alternativas – e não apenas para vegetarianos.
Em São Paulo, quinta-feira, 29/9, das 18 às 22h
No Ateliê do Gervásio (redação de Outras
Palavras)
Rua Conselheiro Ramalho, 945 – Bixiga – Metrô
São Joaquim ou Brigadeiro
Elaborado por pesquisadores do Brasil, Chile, México e da Alemanha, o Atlas da carne – fatos e números sobre os animais que comemos propõe dezenas de
perguntas inquietantes. Você
sabia que a produção de carne agrava as desigualdades globais? E que
está relacionada ao desmatamento da Amazônia? A publicação mapeia a produção
industrial de carne no mundo e como ela atinge recursos hídricos e solos,
influencia as mudanças climáticas e as relações sociais. O lançamento acontece
na quinta-feira, dia 29 de setembro, no Espacio 945, localizado na Rua
Conselheiro Ramalho, 945 – Bixiga – São Paulo (SP).
O Atlas também registra como a criação animal em escala industrial traz
consequências como a fome, já que a produção intensiva fica sempre em primeiro
plano, em detrimento das necessidades nutricionais de cada país. O cercamento
de terras para esse objetivo também causa o deslocamento de pequenos
produtores, intensificando problemas sociais. A perda de biodiversidade também
é outra grave consequência desse avanço sobre as terras. O Atlas, portanto,
indica esses e outros impactos do consumo de carne, seja ela bovina, suína, de
aves e de outros tipos como búfalos e ovelhas.
A publicação busca disseminar o máximo de informação quanto aos efeitos
da produção de carne e às alternativas a esse modelo predador. Segundo o Atlas,
se o consumo de carne continuar crescendo, em 2050 os agricultores e
agricultoras terão que produzir 150 milhões de toneladas extra de carne,
agravando os problemas. O Atlas da Carne estimula, assim, reflexões sobre como
implementar uma pecuária “ecológica, social e ética” como contraponto ao
agronegócio nos Estados Unidos, na União Europeia e na América Latina. A
publicação traz alternativas ao atual modelo, como a de produzir e consumir a
carne localmente, evitando o transporte por milhares de quilômetros. Quer,
assim, mostrar ao consumidor de carne toda a cadeia de produção.
No Brasil, onde a crise
hídrica já bateu à porta, para cada quilo de carne gastam-se 15 mil litros de
água. E a criação intensiva, visando à exportação, leva ao uso de fármacos
para erradicar doenças e acelerar a engorda. A contaminação do solo e da água,
entre outras, são as consequências. A despeito disso, a demanda global por
carne aumenta, mais rapidamente nos países emergentes e de forma cadenciada nos
Estados Unidos e na Europa.
O Atlas está em sua terceira edição na Alemanha e já foi publicado em
espanhol, inglês e francês. O Brasil ilustra bem a cadeia de produção, pois é
um dos maiores produtores de soja do mundo, grão utilizado sobretudo como ração
animal. Ao consumir a carne, o cidadão ingere também agrotóxico, usado no
cultivo desse defensivo agrícola. A sanha por terra de produtores de soja e
outros levam, muitas vezes, à grilagem, à expulsão de pequenos agricultores e a
assassinatos de líderes camponeses e indígenas no Brasil. A produção da soja
também se desdobra em desmatamento na Amazônia, visto, em maior escala, no
Cerrado e no Pantanal, que sofrem também com o avanço das áreas de pastagens,
pondo em risco importantes biomas. A pecuária intensiva gera quase um terço dos gases de efeito estufa em
nível global.
Lançamento: O lançamento
reunirá André Campos, jornalista da ONG Repórter Brasil; Letícia Tura, diretora
da Ong FASE;
Maureen Santos, coordenadora do programa de Justiça Socioambiental da Fundação
e organizadora da versão brasileira do Atlas; e o jornalista e blogueiro
Leonardo Sakamoto que fará a moderação. Na ocasião também será lançado o livro Cadeia industrial da Carne – Compartilhando ideias e estratégias sobre o
enfrentamento do complexo industrial do complexo industrial global da carne da FASE, resultado da troca de ideias de um encontro sobre a temática. http://www.outraspalavras.net/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.