Jornal GGN - Um levantamento feito pela revista Época
mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve um julgamento mais
severo do que outros 154 casos similares pela segunda instância, o Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
Ao que a própria revista indica, o
objetivo inicial seria o de contestar as declarações da presidente nacional do
partido, a senadora Gleisi Hoffmann, de que se tratava de uma injustiça a
condenção de Lula pelo Tribunal e que o partido estava sofrendo perseguição
política.
Então, os repórteres Daniela Simões e
Rodrigo Capelo foram atrás e compilaram um total de 154, relativos a 288 réus
diferentes, no período de 5 anos, entre 2013 e 2017. Se era esse ou não o
objetivo inicial, a conclusão dos jornalistas foi de que Lula estava sim sendo
tratado de maneira mais dura do que todos os demais processos na segunda
instância neste cinco anos.
Para se ter como base justa de
comparação, foram selecionados casos em que o relator era o desembargador João
Pedro Gebran Neto, e cujas acusações eram também de lavagem de dinheiro e
ocultação de bens. No TRF-4, os mais de 280 réus tentaram reverter a pena
imposta na primeira instância, assim como Lula tentou.
"Lula enfrentou circunstâncias
mais rígidas do que outros réus em três aspectos: celeridade do julgamento em
segunda instância, unanimidade dos desembargadores e severidade da pena",
informou a publicação da revista Época.
No primeiro quesito, o julgamento
contra o ex-presidente "foi o mais rápido entre todos os réus da Lava
Jato" que chegaram ao Tribunal. Em média, os casos da Operação levam 18
meses para serem julgados, isso considerando, ainda, que a Lava Jato teve esse
efeito de 'prioridade' na segunda instância.
Da mesma forma, o tempo de
encarceramento determinado ao ex-presidente foi superior à média aplicada a
todos os réus analisados. A pena de Lula na sentença foi aumentada de 9 anos e
seis meses para 12 anos e um mês. Com isso, foram 2 anos e 8 meses a mais dado
pelo TRF-4 em comparação à condenação já estipulada por Sérgio Moro, o juiz da
primeira instância. Já os demais réus da Lava Jato tiveram, em média, um
aumento de 2 anos e 1 mês.
Ainda, "a unanimidade vista na
apelação criminal do petista, por fim, não é comum no colegiado". Isso
porque, até agora, 68% das decisões que são definidas pelos desembargadores do
Tribunal com diferenças de opiniões, ou seja, sem serem unânimes. A média
calculada pela reportagem da Época mostra que somente 3 em cada 10 casos
tiveram unanimidade, e o de Lula foi um destes poucos.
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