Está havendo “xenofobia', diz Padilha sobre Mais
Médicos.
BRASÍLIA - O ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, disse nesta terça-feira, 17, que não admitirá tentativas de
entidades médicas brasileiras de retardar a chegada de médicos estrangeiros aos
municípios. "Enfrentamos um verdadeiro corredor polonês da xenofobia",
atacou. Padilha e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, se reuniram nesta
manhã com líderes da base governista na Câmara para discutir o relatório final
da Medida Provisória que trata do Programa Mais Médicos, a ser apresentado
nesta quarta, 18, na Comissão Especial Mista.
Veja também:
Padilha e Mercadante saíram da
reunião com a base aliada ressaltando o apoio da maioria da população revelado
pelas pesquisas. "Acho que as entidades médicas deveriam dialogar com esse
sentimento da população", disse Mercadante.
O ministro da Saúde reclamou
das tentativas de boicote na fase de inscrição dos médicos brasileiros, das
ações judiciais, da desistência dos profissionais brasileiros ao assumir as
vagas e das ameaças contra tutores e supervisores do programa, mas enfatizou
que está disposto a confrontar todas as contestações contra o programa que não
tenham base técnica e jurídica. "Acho uma tremenda insensibilidade com o
sofrimento do povo brasileiro que está precisando de médico", comentou
Padilha.
Questionado sobre a demissão de
médicos brasileiros para dar lugar aos indicados pelo programa nos municípios,
o ministro avisou que onde for detectada a prática não haverá o encaminhamento
de profissionais do programa. Segundo Padilha, o Mais Médicos vai
"moralizar" o cumprimento da carga horária nas localidades. "Não
vamos admitir médicos que queiram ficar só dois dias na Unidade Básica de
Saúde", declarou.
Padilha também negou que o
programa tenha cunho eleitoreiro, como critica a oposição. De acordo com ele, o
Estado do Pará, governado pelo PSDB, recebeu o maior contingente de médicos
cubanos. "É a demonstração de que este programa não tem nenhuma motivação
eleitoral", respondeu.
MP. O ministro da Saúde disse
confiar na aprovação do relatório final da MP, que nesta quarta será submetido
ao crivo do Ministério da Saúde antes de ir à votação. "Estou muito
otimista. Acho que tem uma sensibilidade dos deputados e senadores de que o
Programa Mais Médicos é o primeiro passo para mudar a realidade de saúde do
País", afirmou. Padilha disse que seu "trabalho de formiguinha"
refletirá na aprovação do projeto. "A base está convencida da importância
deste programa", avaliou o relator Rogério Carvalho (PT-SE).
Um dos pontos em discussão é a
universalização da residência para todos os formados em Medicina. O objetivo é
tornar a residência, de um ano dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) com
foco em atendimento na atenção básica (urgências e emergências), uma
obrigatoriedade para quem quiser se especializar. "É o resgate da prática
geral (da Medicina), que há muitos anos se perdeu no Brasil", disse o
relator. "Vamos formar um médico especialista em gente, com mais contato
com a realidade da saúde do nosso povo", emendou Padilha.
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