EUA aceitam resolução sem
ameaça militar contra a Síria.
Genebra, 14 set (EFE).- Os
Estados Unidos não insistirão em incorporar ao projeto de resolução da ONU a
ameaça de uma ação militar contra o governo da Síria se este descumprir seu
compromisso de entregar as armas químicas que possui, afirmaram nesta sexta-feira
fontes diplomáticas, o que representa uma mudança drástica de posição em função
da pressão da Rússia.
A opção militar ficará portanto
excluída do projeto de resolução que será apresentado ao Conselho de Segurança
das Nações Unidas e que ficou em pausa à espera do resultado de uma reunião
realizada em Genebra, na Suíça, entre os chefes da diplomacia dos Estados
Unidos, John Kerry, e da Rússia, Serguei Lavrov.
Ambos se reúnem hoje pelo
terceiro dia consecutivo para concordar as modalidades para garantir que a
Síria ficará livre de armas químicas, que não as produzirá e que suas reservas
atuais serão destruídas de forma adequada.
As delegações dos dois países,
formadas por especialistas em armas químicas, desarmamento e segurança, se
reuniram até tarde da noite, sem a presença de Kerry e Lavrov, que voltarão a
se encontrar de manhã antes de darem uma entrevista coletiva conjunta, disseram
as fontes.
Kerry, à frente da delegação
americana, chegou a estas conversas afirmando que a crise na Síria 'não é um jogo'
e que o acordo ao qual esperava chegar com a Rússia deveria ser completo,
confiável, prático e capaz de ser implementado em um período aceitável.
Além disso, ele considerou como
ponto essencial que o acordo sobre a remoção de armas químicas incluísse sanções
ao regime de Bashar al Assad, uma exigência à qual os EUA aceitaram renunciar
temporariamente.
O presidente Barack Obama terá,
no entanto, a opção de ordenar uma ação unilateral contra o regime sírio,
utilizando seus poderes de comandante-em-chefe, se o país árabe não reconhecer
os alcances do compromisso entre Washington e Moscou - este último o maior
aliado de Assad no exterior.
A utilização na Síria de armas
químicas, consideradas de destruição em massa, foi documentada nos últimos
meses da guerra civil que persiste na Síria.
Uma comissão de inspetores da
ONU, cuja entrada na Síria foi permitida pelo governo de Bashar al Assad no mês
passado, divulgará na próxima segunda-feira um relatório sobre sua missão,
durante a qual visitou diversos lugares onde houve denúncia de ataques com
armas químicas.
O maior deles ocorreu no dia 21
de agosto na periferia de Damasco e cuja autoria Moscou atribui a grupos
armados rebeldes, enquanto Washington responsabiliza o regime sírio com base em
provas com as quais diz contar. - Agencia EFE, S.A.
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