Terra será habitável por pelo menos outro 1,75 bilhão de anos, diz
estudo.
Londres, 19 set (EFE).- As condições que fazem com que o planeta
Terra seja habitável durarão, pelo menos, outro 1,75 bilhão de anos, segundo um
estudo realizado por cientistas da universidade inglesa de East Anglia.
A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira pela revista
'Astrobiology', revela o tempo de habitabilidade da Terra com base na distância
para o sol e nas temperaturas que possibilitam que o planeta tenha água
líquida.
A equipe de cientistas observou as estrelas na busca de
inspiração e usaram alguns planetas recentemente descobertos fora de nosso
sistema solar (exoplanetas) como exemplos para calibrar seu potencial para
abrigar vida.
O responsável pelo estudo, Andrew Rushby, da Escola de Ciências
Ambientais da Universidade de East Anglia, explicou que foi utilizado 'o
conceito de zona habitável para fazer estimativas', ou seja, 'a distância de um
planeta em relação a sua estrela que faz com que as temperaturas sejam
propícias para ter água líquida na superfície'.
'Usamos os modelos de evolução estelar para calcular o final da
vida habitável de um planeta, determinando quando deixará de estar na zona
habitável', disse Rushby.
A equipe de cientistas considerou 'que a Terra deixará de ser
habitável em algum momento dentro de 1,750 bilhão e 3,250 bilhões de anos'.
'Passado este ponto, a Terra estará na zona quente do sol, com
temperaturas tão altas que os mares se evaporarão. Acontece um evento de
extinção catastrófica e terminal para toda a vida', raciocinou.
O responsável pela pesquisa acrescentou que 'certamente, as
condições dos seres humanos e de outras formas de vida complexas se tornarão
impossíveis muito antes', algo que, segundo disse, 'está acelerando a mudança
climática' gerada pelo homem.
'Os humanos teriam dificuldades inclusive com um pequeno aumento
na temperatura e, perto do final, somente os micróbios em alguns nichos
ambientais seriam capazes de suportar o calor', explicou.
Rushby disse que ao olhar para o passado 'uma quantidade similar
de tempo, sabemos que houve vida celular na terra' e deu como exemplo que
'tivemos insetos há 400 milhões de anos, dinossauros há 300 milhões e plantas
com flor há 130 milhões de anos'.
'Anatomicamente, os seres humanos só existiram durante os
últimos 200 mil anos, por isso que se vê que é preciso muitíssimo tempo para
que se desenvolva a vida inteligente', disse.
A quantidade de tempo habitável de um planeta é relevante pois
revela dados sobre a possibilidade de evolução da vida complexa, 'que é a que
provavelmente mais requeira de um período de condições de habitabilidade'.
'A medição de habitabilidade é útil porque nos permite
investigar a possibilidade de que outros planetas abriguem vida e para entender
que a etapa da vida pode estar em outro lugar da galáxia', segundo explicou
Rushby.
Os astrônomos identificaram quase mil planetas fora do sistema
solar, alguns dos quais foram analisados por estes especialistas, que estudaram
a natureza evolutiva da habitabilidade planetária sobre o tempo astronômico e
geológico.
'Comparamos a Terra com oito planetas que estão atualmente em
sua fase habitável, incluindo Marte. Descobrimos que os planetas que orbitam
estrelas de massa menor tendem a ter zonas de vida mais habitáveis',
acrescentou.
Fonte - Agencia EFE, S.A.
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