segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Marcelo Crivella E O Avanço Dos Evangélicos No Rio De Janeiro E No Brasil. Artigo De José Eustáquio Diniz Alves


[EcoDebate] A maior cidade a ter eleições no segundo turno do pleito de 2016 galvanizou as atenções do Brasil. A eleição carioca foi vista como um farol para o futuro do Brasil. Dois Marcelos – com visões antagônicas – disputaram a prefeitura. Mas no dia 30 de outubro, em primeiro lugar venceu o “voto ninguém” (com 41,5% do número de pessoas aptas a votar), Crivella ficou em segundo lugar (com 59,4% dos votos válidos) e Freixo em terceiro lugar (com 40,6% dos votos válidos). Com 99,9% dos votos apurados, o voto nulo teve 569.501 (15,9%); o voto branco teve 149.857 (4,2%) e as abstenções tiveram o impressionante número de 1.314.805 (26,9%). Considerando os votos válidos, venceu Marcelo Crivella para substituir Eduardo Paes (PMDB). Disputando os votos válidos no pleito carioca, estavam em disputa dois projetos de poder.
O Partido Socialismo e Liberdade era a alternativa de esquerda que tentava ocupar o vácuo da derrota nacional do Partido dos Trabalhadores. Uma vitória no Rio de Janeiro poderia representar uma redenção para o PSOL que, no primeiro turno, elegeu apenas duas prefeituras e 52 vereadores, mas com destaque dos representantes municipais mais votados em Belém, Belo Horizonte, Porto Alegre e Niterói. Porém, no primeiro turno em 2016, o PSOL teve menos 300 mil votos nas eleições majoritárias (para as prefeituras) e 800 mil nas proporcionais (vereadoras e vereadores). A derrota no segundo turno no Rio de Janeiro, em Belém e em Sorocaba deixou o PSOL na condição de partido pequeno e ainda longe de representar uma alternativa de poder para o país. Agora o partido deverá buscar explicitar melhor o que entende por Socialismo e Liberdade.
No outro espectro, o Partido Republicando Brasileiro (PRB) apresentou crescimento significativo em 2016. De 78 prefeitura, em 2012, saltou para 105 prefeituras no primeiro turno, além de 145 vice-prefeitos. O número de vereadores passou de 1.207 em 2012 para 1.627 em 2016. Em 22 capitais, o partido elegeu 37 vereadores. Em todas as cinco regiões brasileiras o PRB terá, pelo menos, a partir de janeiro de 2017, um representante indígena. Mas a vitória mais significativa do PRB veio no segundo turno das eleições da “Cidade Maravilhosa”. O PRB ainda ficou em segundo lugar em São Gonçalo e em Volta Redonda.
Como mostrou Fernando Molica (27/10/2017), o crescimento do PRB pode ser entendido com base na análise do livro “Plano de poder”, lançado em 2008 pelo fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo (escrito em colaboração do jornalista Carlos Oliveira). O livro defende a união dos evangélicos em torno de um objetivo político e trata da ascensão dos evangélicos como algo determinado pela Bíblia. Os autores chegam a falar em consolidação do “grande projeto de nação pretendido por Deus”. Para os autores, a Bíblia seria um “manual que não se restringe apenas à orientação de fé religiosa, mas também é um livro que sugere resistência, tomada e estabelecimento do poder político ou de governo”. Um dos capítulos tem como título “A visão estadista de Deus”. Eles dizem: “Insistimos em que a potencialidade numérica dos evangélicos como eleitores pode decidir qualquer pleito eletivo (…)”. Ler mais em/: https://www.ecodebate.com.br/

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