POSSE DE TRUMP
Com apelos ao povo, às armas e a Deus (e com alguma
repressão) termina a era Obama e começa a Trump
With appeals to the people, to the arms and to God (and with some repression) ends the era Obama and begins to Trump)
POR
http://www.esquerdadiario.com.br/
O discurso da posse de Trump
continuou as ondas de choque no
establishment midiático
americano. Comentaristas irritados com o populismo de suas palavras nas redes
de TV. Não só o establishment midiático engoliu mal as palavras do presidente
eleito. As câmaras mostravam Obama desolado, ou no mínimo incomodado com as
palavras de Trump. Um discurso de posse que coroa um dia com manifestações e
repressão, de um país que não se unifica com a posse de seu 45o presidente.
Quase um terço dos deputados democratas boicotaram a cerimônia,
mostrando a falta de normalidade institucional no que está passando nos EUA. Sanders, no
entanto, estava presente. O candidato democrata
“anti-establishment” ao lado de um veterano republicano tradicional, McCain,
mostra como Trump levou muito mais longe que Sanders a ruptura com o
“tradicional”. Sequer um protocolar apelo aos votantes de Hillary, Trump fez.
Seu apelo foi diretamente ao povo contra os políticos. Expressando em vivas
cores a crise de representatividade e como esse agressivo bilionário busca
construir sua popularidade de novas maneiras.
A ruptura discursiva de Obama a Trump é marcante. O novo
presidente começou apelando a um público eleitor religioso e com raiva da
política tradicional, afirmando “Essa não é uma mera transferência de poder de
uma administração a outra, de um partido a outro, mas de Washington, para
vocês, o povo.” Toda uma retórica do povo contra os políticos e a elite, o establishment,
flamejante de um patriotismo isolacionista, das fábricas americanas, dos
empregos americanos, das fronteiras americanas.
Repetidas referências às fronteiras, forças armadas e empregos
expressavam uma continuidade do essencial de suas promessas eleitorais, sem
arroubos de xingamentos, mas em sua essência. Também continuaram a reacionária
cerimônia religiosa que ele escolheu para o dia, com um pastor conhecido por
seus discursos de ódio para discursas sobre os “muros sagrados de Jerusalém” e um “líder
escolhido por Deus”.
As promessas de emprego, riqueza, e segurança (armada) reafirmam
suas posições a um setor do eleitorado que o escolheu, no entanto, até o
momento não lhe garantem uma hegemonia. Em meio aos discursos triunfais os
patriotas de cassetete de Trump reprimiam
manifestantes contra Trump. Cidades por todos os EUA e mundo já
tiveram ou terão manifestações. Amanha se espera uma grande
manifestação de mulheres.
Aqueles que esperavam um Trump mais suave não encontram isso no
discurso. De agora em diante se verá nas ações se poderá cumprir tantas
promessas de emprego e riqueza, e como poderá casar isso com isenções de
impostos aos ricos (parte do programa não mencionada no discurso) e um
agressivo discurso do “nosso Deus” que “nos protegerá” junto a “nossos homens e
mulheres das Forças Armadas”.
Começa a era Trump,
com amor às fronteiras, com promessa de fazer a “América Grande”, com promessas
de apelar ao povo contra o establishment. A posse, com os cassetetes e
discurso de apelo ao povo contra os políticos aponta como os elementos de crise
nos EUA não se apaziguarão tão facilmente, pelo contrário.
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